Brasília (DF), 14/07/2025 – A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (14), que o navio-plataforma P-78 deixou Singapura com destino ao campo de Búzios, localizado na área do pré-sal da Bacia de Campos, no litoral Sudeste do Brasil. A estrutura será a sétima unidade de produção a operar na região e marca o retorno de uma prática que não era utilizada pela estatal desde 1999: o deslocamento da plataforma com tripulação brasileira embarcada.
A presença da equipe nacional durante a viagem tem como objetivo acelerar o início da produção. Com a tripulação a bordo, será possível antecipar o comissionamento — processo de verificação e testes dos sistemas — além de permitir o treinamento operacional em alto-mar. A previsão é que a plataforma chegue ao Brasil na segunda quinzena de setembro, com operação comercial iniciando em dezembro. A medida deve adiantar em cerca de duas semanas a entrada em atividade da P-78.
Plataforma de alto desempenho
A P-78 é uma unidade do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading), ou Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência. Com capacidade para produzir até 180 mil barris de petróleo por dia e comprimir 7,2 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente, a plataforma representa um reforço significativo para o polo de Búzios, atualmente o maior campo do pré-sal.
Com o início das operações da P-78, a Petrobras estima aumentar em 18% a capacidade instalada de produção de Búzios, elevando o total para cerca de 1,15 milhão de barris por dia. Atualmente, o campo opera com seis unidades: P-74, P-75, P-76, P-77, Almirante Barroso e Almirante Tamandaré.
Pré-sal: riqueza energética do Brasil
Desde sua descoberta em 2006, o pré-sal tem sido fundamental para a segurança energética do Brasil. Responsável por cerca de 80% da produção nacional de petróleo e gás, a província petrolífera abriga reservatórios altamente produtivos, com óleo leve de excelente qualidade e grande valor de mercado.
O primeiro campo a entrar em operação no pré-sal foi Jubarte, em 2008, também localizado na Bacia de Campos. A região abriga poços a profundidades entre 5 mil e 7 mil metros, em condições técnicas desafiadoras, mas extremamente promissoras.
Engenharia global
A construção da P-78 envolveu uma complexa cadeia global de engenharia. O casco foi montado em estaleiros localizados nas cidades de Yantai e Hayang, na China, e em Ulsan, na Coreia do Sul. A integração dos blocos ocorreu também na Coreia, antes do deslocamento para Singapura, onde o navio passou pelos ajustes finais e comissionamento dos módulos. Um desses módulos foi construído no estaleiro da Seatrium, em Angra dos Reis (RJ), reforçando a participação brasileira no projeto.
O envio da P-78 com tripulação embarcada não apenas simboliza a retomada de uma estratégia antiga da Petrobras, mas também destaca o esforço da empresa em garantir eficiência operacional, segurança energética e geração de valor com o avanço das atividades no pré-sal.
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