A Justiça Federal condenou oito integrantes de uma organização criminosa responsável por um esquema milionário de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conhecido como “idosos de aluguel”. A quadrilha atuou entre 2016 e 2023, com foco nos municípios de Garanhuns, Itamaracá e Águas Belas, em Pernambuco. De acordo com as investigações, o grupo causou um prejuízo superior a R$ 117 milhões aos cofres públicos.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), os criminosos usavam documentos falsificados e recrutavam pessoas idosas — muitas vezes em situação de vulnerabilidade — para sacar benefícios indevidos. O esquema resultou na concessão irregular de 727 aposentadorias, com a criação de identidades fictícias ou uso de dados de terceiros.
As penas aplicadas pela Justiça variam de 10 a 18 anos de prisão, em regime fechado, além de multas. O juiz responsável determinou ainda que os condenados devolvam, de forma solidária, o montante total desviado do INSS.
A investigação teve início de forma inusitada, após um acidente de trânsito envolvendo uma das supostas beneficiárias. A vítima, ao ser identificada, levantou suspeitas sobre a veracidade dos documentos, o que levou à descoberta do esquema.
Outro fator que agravou as penas foi o uso de menores de idade por alguns integrantes da quadrilha para auxiliar nas fraudes, conforme apontado na sentença.
A operação que desmantelou o grupo é considerada uma das maiores já realizadas no combate a fraudes previdenciárias no estado de Pernambuco. O INSS informou que está trabalhando para aprimorar os mecanismos de controle e evitar novos golpes semelhantes.
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